sexta-feira, 25 de julho de 2008

Um livro ruim - parte 2

Não, não foi só o "barulho" do post anterior que o livro ruim causou...

Eu imagino que todo mundo mente um pouco para si mesmo. Mentirinhas pequenas, do tipo "nem me importo com isso", "isso não vai me fazer mal" ou "eu nem queria mesmo". Não são mentiras ditas, simplesmente adotamos elas como uma auto-justificativa.

A algum tempo venho tentando me livrar de várias dessas. Parece que, ao menos pra mim, essas mentiras serviam como uma espécie de analgésico pra alguns sentimentos - principalmente para o sentimento de incapacidade frente a alguma situações. Eu tento enfrentar tudo e, bom, nem sempre dá certo... E de "tudo" eu nunca consegui chegar, nem perto...

Uma das mentiras que conto pra mim mesmo é a velha "não me importo com o que os outros pensam". Não é bem verdade, mas também não é bem mentira.

Não é bem verdade porque, por exemplo, é fácil me ouvir falando alto na biblioteca. Não muito alto, mas alto suficiente pra quem eu estou conversando pedir pra baixar um pouco. Pra escolher um tênis, por exemplo, tem que ser confortável. Não passa pela minha cabeça "será que vão olhar?". O mesmo pras roupas...

Mas também não é bem uma mentira. Tem gente com quem eu me importo ao extremo ao extremo - olha o exagerado de novo - com a sua opinião sobre mim. Oras, se eu me importo, é problema meu... e nisso tudo, eu baixo o tom na biblioteca, eu olho os tênis antes de colocar e por aí vai...

Pensando assim, pergunto o que as pessoas vêem em mim. Pergunto onde é meu lugar no mundo. Eu sei que causei uma expectativa nas pessoas, só não sei como correspondê-las. Sobre expectativa, escrevi no outro post.

E ainda não sei qual é o meu lugar no mundo. Não sei onde quero estar. Não sei pra onde quero ir. Não sei como quero ficar. Ficar sozinho pode ser bom, faz a gente ouvir esses pensamentos guardados. Só que a solidão é tão boa quanto o escuro: é muito boa pra mostrar o quanto gostamos da luz...

Eu sei, esses posts acabaram bem egocêntricos. É fato, foram escritos no meio de uma tempestade de pensamentos sem nexo.

Mas não vou me preocupar. Herbert George Wells vem com "A Guerra dos Mundos". E não precisarei mais vigiar meus pensamentos...

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